Page 66 - Para além do tempo... - 7º ano 2023
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fértil traz os frutos e plantações, como mandioca, batatas doces, jaca,
jabuticaba e uma variedade de plantas que nos sustentam.
Dentro de nossa comunidade, as mulheres superam em número
os homens. Já as crianças e adolescentes, ultrapassam o número de
adultos. Temos aproximadamente 60 famílias vivendo juntas como uma
comunidade. A educação é muito importante, com cada criança sendo
incentivada a buscar um aprendizado mais elevado. Iniciamos nossa
jornada educacional com as crianças estudando em tupi-guarani,
fazendo a transição para o português no sétimo ano.
Muitas mulheres, inclusive eu, às vezes, usamos nossa energia
criativa para desenvolver itens tradicionais que honram nossa herança.
Essas criações não apenas nos conectam ao nosso passado, mas
também fornecem um meio de sustento para o futuro de nossa
comunidade. Algumas das coisas que as mulheres fazem incluem
pulseiras, prendedores de cabelo e muitas outras coisas bonitas.
Quando o vírus da Covid-19 surgiu, não permitimos a entrada de
estranhos, uma medida necessária para proteger nosso povo da
doença. O risco era muito grande e, por isso, optamos por manter os
visitantes afastados, preservando a segurança de nossa comunidade e
suas tradições.
Em nossa aldeia, existe uma lenda chamada Cunhambebe, que,
pelo que dizem, morreu com uma facada no pescoço e rogou que cada
homem branco que aqui tentasse ficar rico, fracassaria. Junto com
Cunhambebe, quase toda a população indígena da região foi
sumariamente dizimada pelos bandeirantes.
Em nossa aldeia, há uma cerimônia de batismo e é nela que
nossas crianças recebem o nome. Essa cerimônia ocorre dia 29 de
janeiro. O nome da criança não é definido pelos pais e sim pelo pajé. As
crianças recebem dois nomes, um indígena e um em português.
Agora, eu fiquei curiosa sobre sua vida no Centro Histórico de
Paraty, esse lugar deve ser bem legal e cheio de curiosidades. Como ele
foi criado? Como é a vida aí? O que vocês fazem? Agora, digo adeus
para você e, se puder, responda a essa carta o mais rápido possível,
estou bem curiosa sobre esse Centro Histórico.
Janaina
(Anna Carolina Miura e João Lucas Strausser de Sá Oliveira)