Page 67 - Revista Digital - Eu pesquisador - 7º ano 2023
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invasões e exploração ilegal nos territórios indígenas, o triplo do ano de 2018. Aliás, 2021 foi
o sexto ano consecutivo de aumento desse tipo de violência.
Outro problema enfrentado pelos indígenas é a disputa de terras, sobretudo no norte do
país. Segundo relatos dos Karipuna, etnia presente nessa região, mais especificamente no
Amapá, madeireiros e grileiros já fizeram inúmeras ameaças, de que vão invadir as aldeias e
matar o seu povo.
Na aldeia dos Yanomami, na Floresta Amazônica e em Roraima, os integrantes do
Primeiro Comando da Capital (PCC), envolvidos com o garimpo, desferiram tiros contra a
comunidade, causando terror aos indígenas. O povo Munduruku, etnia do Pará, Amazonas,
Mato Grosso, teve sua sede da Associação das Mulheres atacada e lideranças da sede
sofreram ameaças, como a Maria Leusa, que chegou a ter sua casa incendiada. Nos dois
territórios, o aumento do garimpo foi enorme chegando a danificar 44 territórios originários.
Além do garimpo, foi registrada também a violência religiosa, já que os indígenas
tiveram cinco ocorrências de casas de reza queimadas, quatro no Mato Grosso do Sul e uma
no Rio Grande do Sul.
O feminicídio indígena também teve muitas ocorrências, que totalizaram 355 casos.
Os estados que registraram mais números de casos foram o Amazonas (38), Mato Grosso Do
Sul (35) e Roraima (32). O relatório destaca dois casos: o primeiro de Raíssa Cabreira
Guarani Kaiowá, de 11 anos e o segundo de Kaingang Daiane Griá de Sales, de 14 anos.
Ambas foram estupradas e mortas de maneiras cruéis por pessoas não indígenas.
Vale lembrar que essas violências são resultado de uma política deliberada de
desrespeito e atentado aos direitos dos povos indígenas. O preconceito está, também, na
Educação. Muitos indígenas não conseguem ter acesso aos estudos. Porém, o número de
nativos em escolas fora de sua aldeia aumentou nos últimos anos.
Segundo o site Estratégia Vestibulares⁶, analisando o mapa do ensino superior de
2022, é possível afirmar que o sistema de cotas é feito por cor ou raça, porém, as matrículas
de indígenas no ensino superior público e privado cresceram pouco, pois eles têm falta de
incentivo, de projetos e de ações destinados à sua inserção nesse contexto.
Em 2013, o percentual de matrículas em redes privadas era de 0,4%, já em 2020, o
percentual aumentou para 0,6%. Em 2013, o percentual de matrículas nas redes públicas era