Page 64 - Revista Digital - Eu pesquisador - 7º ano 2023
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POR QUE NÃO POSSO SER ASSIM?
Ao sair de sua aldeia, indígenas afirmam sofrer preconceito
Cristina Carletti
Giulia Giannini
Heitor Zanetti
Miguel Claro
Pietra Batista
WHY CAN’T I BE LIKE THIS?
Abstract
The prejudice against indigenous people is a big problem in Brazilian society. Many people think
that indigenous cannot go to cities, use cell phones and other electronics, wear “normal” clothes, and
go to school or college. Furthermore, they also have prejudice against their culture, typical paintings
in their bodies, headdresses, their clothes and many other things. This reportage aims to make
people aware of this violence. In order to do that, we went to an indigenous tribe in Ubatuba and did
a bibliographic research. We concluded that this prejudice is dangerous for indigenous people and
needs to stop.
Keywords: Prejudice; Indigenous people; Brazil.
A etnia indígena Guarani está presente, além do Brasil, na Argentina, Bolívia e
Paraguai. Em nosso país, vivem cerca de 51 mil indígenas dessa etnia, divididos em três
grupos diferentes; Kaiowá, Ñandeva e M’byá, segundo o Instituto Socioambiental (ISA)¹.
Visitamos a Aldeia Boa Vista (Figura 1), localizada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo,
que abriga indígenas Guarani M’byá. Alguns de seus representantes, em nossa entrevista com
eles, afirmaram que, ao saírem de casa e irem para a cidade, recebem olhares preconceituosos
em relação às suas roupas e pinturas no corpo e rosto, típicas de sua cultura. De acordo com
eles, as pinturas, em sua crença, são símbolos de proteção, importantes para a sua cultura.
Outra leitura comum da sociedade é achar que indígena com roupa e celular não é indígena,
ou seja, perdem a sua autenticidade, mais uma forma de preconceito. E isso não acontece
apenas com os Guarani M’byá, mas com diversos povos indígenas de todo o Brasil.