Page 12 - Para além do tempo... - 7º ano 2023

etnia. Os maçons crêem que todo homem é livre e possui bons
costumes. Suas únicas exigências são que o candidato à participação

da organização possua um espírito filantrópico e que busque sempre a
perfeição. Assim, todas as pessoas são iguais, devendo tratar umas às
outras com respeito e solidariedade.

Entrei em casa e vi várias revistas e fotos da cidade. No quarto
principal tinha um grande baú. Enquanto mexia nas coisas do meu pai,
encontrei uma foto dele com um Pajé em uma tal aldeia Boa Vista. Achei

estranho, pois ele era da Marinha, trabalhava diretamente no mar e não
em florestas.
Para falar a verdade, quero saber qual a ligação que minha
família tem com vocês, já que a minha família paterna era maçônica, por

isso meu sobrenome: “Mansur”. Já a minha família materna era
portuguesa, por isso o “Oliveira”.

Estou nesse momento escrevendo-lhe em uma escrivaninha de
centro, posicionada na frente de uma janela entreaberta no “Sobrado
dos Abacaxis”, onde meu pai morava e agora moramos eu e meu
cachorro, Lino; minha gata, Charlotte e minha Calopsita, Luizinho.

Descobri que meu pai era muito acumulador, tinha vários
uniformes da Marinha e muitos souvenirs de Paraty.
Eu queria conhecer Paraty há muito tempo, porém não conhecia

ninguém aqui até a semana passada, quando encontrei um rapaz, com
23 anos, chamado Pietro. Ele é guia turístico do Centro Histórico e seu
pai é historiador. Ele apresentou a cidade inteira para mim e até me

contou que a Marinha ajudou os indígenas da aldeia Boa Vista em
época de enchentes, deve ser por isso que essa foto foi tirada.
Provavelmente, para representar a cooperação com o seu povo e a

amizade do meu pai com o pajé.
O Pietro está sendo um bom companheiro, ajudou-me muito nessa
busca para conhecer a história da minha família, levou-me até para
conhecer uma senhora idosa importante da cidade, que foi amiga de

minha avó paterna desde a infância delas.
Estou me apaixonando por Paraty, é uma cidade muito linda, as
praias são muito boas e bonitas. Conheci o manguezal do Núcleo

Picinguaba, onde, pela primeira vez, vi um caranguejo azul; o Quilombo
do Campinho, que é formado por uma comunidade de 150 famílias. A
Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, a mais antiga da cidade, é linda