Page 61 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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— Zé, ocê deixa eu fazê uma pesquisa? Eh rapidim.
— Claro! Fica a vontade só - fala José, dando um tapinha nas costas
do jornalista. — Só péra aê que eu vou chamar minha vozinha - diz o
garoto se virando e caminhando até a sua avó.
Quando José e sua avó voltam, algumas batidas são ouvidas. Logo a
senhora abre a porta.
Desta vez é alguém encapuzado. Assim que a porta é aberta, entra
rapidamente e logo diz em um tom ameaçador:
— Quem é a avó de José?
— E… E… - começou a falar a boa senhora que logo é interrompida
pelo neto.
— Ela não está em casa! Ocê quer tomar um café pra esperá? - diz
José, percebendo que aquela “criatura” não é normal.
— Hum… Certo, pode ser - responde a tiradora de vidas mais calma.
— Vai indo que já já eu vou também - diz José.
Logo a Morte vai para a cozinha, deixando o jornalista, José e sua
avó sozinhos. José se vira para o jornalista e fala:
— Olha, vai pra cidade junto da minha avó e chama o padre pra vir
aqui, pra nóis tirá a Morte de casa, enquanto isso eu distraio ela.
O jornalista concorda e sai da fazenda junto da avó do garoto. Assim
que os dois saem, José se vira e vai até a cozinha para distrair a Morte já
apreensivo. Logo que o garoto chega à cozinha, a Morte percebe que José
está nervoso, e que sua avó e o jornalista não estão com ele, e pergunta:
— Onde estão as duas pessoas que estavam com você, garoto?
— Eles tiveram que sair - responde José suando frio.
— Hum… tá, você quer passear também? - fala a Morte, segurando
uma foice que acabara de aparecer, logo tomando a vida do garoto e
saindo da fazenda.
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