Page 219 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
P. 219

E o vizinho respondeu:
                — Ocê não se intrometa na conversa, não.

                Então Zé pensou em discutir, mas, em vez de fazer isso, perguntou
            se queria fazer uma aposta:

                — Já que é assim, vamos fazer uma aposta?
                — Tá certo, quero ver ocê ganhar de mim - respondeu o vizinho.
                O desafio era que, se alguém discutisse ou falasse algo, deveria pular
            em um lago ou pagar 50 reais pro outro. O vizinho respondeu:
                — Aceito o desafio. Não vou perder para um malandro como você.
            Quero meus 50 reais.
                — Há, tá. Perdeu, compadre - Zé Malandro disse. Em seguida, fez
            uma  careta  e  fugiu.  O  vizinho  ficou  com  tanta  raiva  que  foi  atrás  e
            começou a falar um monte de besteiras.
                Dias depois, Zé encontrou o compadre rigoroso. Ele correu até ficar
            sem fôlego. Sem mais fôlego, percebeu que estava sem saída. Apareceu
            uma escuridão falando:

                — Em breve, você virá comigo, senhor Malasarte.
                O homem negou, pois não sabia quem era. O ser misterioso falou
            que era a Dona Morte. O Zé Malasarte pensou e disse:

                — Eu só vou aceitar isso se ocê me der aquela manga, ela é especial.
                A Morte respondeu que ia pegar, mas depois era para ele aceitar a
            vir com ela para o lar dos que acabaram de bater as botas. O Zé Malasarte
            saiu correndo e escapou daquele lugar, até ser atingido por um tijolo de
            uma casa e acabar adormecendo. E foi assim que Zé Malasarte bateu as
            botas, e percebeu que não adianta tentar fugir da Morte.











                                          217
   214   215   216   217   218   219   220   221   222   223   224