Page 216 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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dele, dizendo que era impossível chegar lá. Juninho se entristeceu, pois
nem nos dicionários era possível encontrar o nome da serra.
— Como vou encontrar um lugar que o nome nem existe?! - disse
Juninho.
— Eu sei - disse um homem desconhecido. — Tome este mapa, por
sorte eu tenho um comigo.
— Uai, mas isso tá muito estranho. Como que, do nada, às quatro e
meia da manhã, aparece alguém com um mapa justo pro lugar em que eu
quero ir? - disse Juninho, pensando ser uma estratégia dos moradores
para fazerem-no se perder.
— Você é mais esperto do que eu imaginava, garotinho - disse o
homem.
— Quantos anos ocê pensa que eu tenho pra me chamar assim? -
diz Juninho indignado.
— Aproximadamente trezentos e cinquenta e cinco, mas isto não
importa! Eu sou o principal assistente da Morte, vim para te trazer os
suprimentos necessários para a viagem, e também irei lhe mostrar o
caminho até o local combinado - disse o assistente, tentando manter um
tom sério em sua fala.
— Então tá né, se não é ninguém tentando me enganar. Mas só uma
perguntinha, seu assistente, por que o sinhô tá me ajudando assim de
graça?
— A Morte me mandou fazer isto pois sabia que você não seria
capaz de chegar até lá com facilidade. Ande logo! A serra é longe daqui!
- disse o assistente.
— Ei, ocê não me deu o mapa, só as comida!
— Apenas siga para o Norte, em breve você chegará!
Juninho seguiu os conselhos do assistente e foi em direção ao Norte.
Depois de longos dias de viagem, ele chegou onde pensava ser a tão
misteriosa Serra Lítida. Assim que pisou no chão daquele local, uma
névoa branca e muito densa cobriu todo o lugar num piscar de olhos, e
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