Page 3 - Para além do tempo... - 7º ano 2023
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Apresentação



                       Durante o segundo trimestre, realizamos a leitura da obra
               “Uma Garrafa no Mar de Gaza”, um romance epistolar sobre um

               tema que nos é muito caro: a amizade e a superação de

               estereótipos e de preconceitos.
                       Então, quando os alunos retornaram da viagem de estudo do
               meio, tendo conhecido a aldeia da Boa Vista, o quilombo do

               Campinho e o Centro Histórico de Paraty, começamos a pensar
               quanto preconceito e desentendimento não poderia existir entre as

               populações que residiam nesses diferentes locais. Na ocasião, uma
               ideia luminosa acendeu-se em nossas mentes: e se colonizadores,

               ex-escravizados, indígenas e caiçaras pudessem dialogar e, até
               mesmo, tornarem-se amigos? Afinal, os dizeres de Nelson Mandela

               ainda ecoavam em nossas cabeças: “Ninguém nasce odiando outra
               pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua

               religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem
               aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar’, com a qual

               tínhamos entrado em contato a partir da leitura do livro “Uma
               Garrafa no Mar de Gaza”.

                       Assim, nasceu o projeto “Para além do tempo”, o qual
               consiste em uma série de cartas pessoais ficcionais. A partir da

               divisão dos estudantes em três grupos (quilombo, aldeia e centro
               histórico), iniciou-se a detalhada composição da personalidade de

               suas personagens ficcionais, materializada em remetentes e
               destinatários variados, alguns pertencentes à família real brasileira,

               outros descendentes de fundadores de quilombos, outros pajés e
               caciques reverenciados em suas comunidades. Uma vez criadas
               essas “personas”, a colcha de retalhos foi sendo composta, com

               discursos       poéticos,       críticos,    históricos,      ora     divertidos,      ora

               emocionantes.
                       Como as palavras, por vezes, não dão conta de tudo
               expressar, ao final dos textos, é possível encontrar uma galeria das

               personagens, onde as ideias ganham, literalmente, “cara”.
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