Page 133 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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— Ora, ora, ora, olha quem está aqui! Fiquei sabendo que ocê odeia
seu trabalho, não é?
E a Morte respondeu:
— Sim, você tem bons ouvidos.
Baldôino achou uma brecha de enganação e falou:
— Então, vamo fazê o seguinte: se eu conseguir levar 100 almas no
trabai da senhora, você deixa o meu vô ficar vivo?
A Morte, achando que enganaria o menino, permitiu e deu a ele sua
foice e seu manto.
O garoto, então, levou uma, duas, três, quatro... almas, mas quando
chegou na última alma, Baldôino percebeu que era seu avô, então logo
falou:
— Essa Morte me enganou!!
Baldôino pensou, pensou e pensou, até que chegou a uma conclusão:
— Se a Morte está sem sua foice e manto, ela é só um esqueleto
comum.
Baldôino foi até a Morte e, assim que ia entregar a foice, enquanto
dizia que falhou, passou a foice rapidamente.
E a Morte disse:
— Seu tolo, por mais que eu esteja sem nada, eu ainda sou a Morte.
Quer saber, vou levar você e seu avô!
Baldôino então se lembrou de uma máscara que ganhou no
Halloween do ano anterior, que tinha um cabelo idêntico ao cabelo do
garoto. Baldôino, como último pedido, falou para Morte levá-lo para sua
casa, e depois para a loja de roupas. A Morte aceitou e levou o garoto e
seu avô. Chegando em casa, Baldôino pegou a máscara rapidamente e a
escondeu em suas calças.
Chegando na loja de roupas, Baldôino esperou a Morte se virar.
Quando ela finalmente se distraiu, o garoto pegou um manequim,
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