Page 119 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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Mal sabia ele que a vizinha era a Morte, e que ela estava preparada
para fazer o seu vizinho bater as botas. E quando descobriu, não falou
mais com sua vizinha. Um dia, Manuel foi até a padaria comprar pão, e
quando estava saindo de sua casa, estava lá a Morte, e ela falou.
— Hoje é dia, Manuel, de você ir dessa para melhor!
— Hoje não, sou muito jovem para morrer!
Manuel saiu correndo, pegando seu chapéu para roubar um
cavalinho de qualquer pessoa no bairro. Então colocou seu chapéu em
cima de um cocô, e disse que era um passarinho raro e precisava de uma
gaiola para prender o pássaro. O homem que passava por ali foi cuidar
do pássaro e emprestou seu cavalinho para o Manuel, mas mal sabia ele
que o Manuel não iria devolver o cavalo. O cara não era bobo nem nada.
Quando Manuel saiu, enfiou a mão embaixo do chapéu para pegar o
pássaro e pegou o cocô.
Depois de muito andar, Manuel chegou a uma clareira de um rio e
encontrou um homem lá. E então decidiu explicar para o homem sobre
a Morte. Então o homem aceitou, sim, trocar de roupa com o rapaz, e o
homem que iria para outra cidade foi para a cidade de Manuel, e Manuel
foi para a cidade do rapaz com quem ele tinha trocado de roupa.
De repente, na beira do rio, um velho estava armado. Era a Morte
que se passava pelo homem. O velho, ou seja, a Morte, também sabia que
o homem disfarçado de Manuel não era ele, era o outro homem.
Então, a Morte levou junto com ela o Manuel disfarçado de outro
homem, e assim, o Manuel foi dessa para melhor. Enquanto o homem
que se vestiu de Manuel na ida para o rio encontrou com a Morte, mas
não morreu.
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