Page 13 - E se aquele quadro virasse um conto? Contos Populares, 6ºs anos 2022.
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Prefácio
POR RENATA GOMES TOLENTINO DIAS LOPES
Ao estudar sobre textos narrativos, ou seja, do universo do contar uma
história, é essencial passar pelas narrativas orais e pela sabedoria popular.
Foi assim que o sexto ano, em 2022, começou a disciplina de Língua
Portuguesa, debruçando-se sobre a cultura brasileira a partir da escuta de
causos e, depois, da leitura de narrativas escritas no gênero textual conto
popular. Durante as nossas aulas, foram articuladas as linguagens oral e
escrita, desde o momento em que ouvimos causos até a leitura de contos
que deles nascem e que trazem em si as marcas de oralidade de sua
origem.
E foi assim, entre causos e contos, que conhecemos a figura do
caipira, ou seja, o cidadão de costumes oriundos de áreas rurais do interior
do Brasil, principalmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, ligado
ao campo e com identidade e cultura próprias. Olhamos para um modo
de vida caipira, com o fogão a lenha, o café coado, os quitutes e bolos, as
hortas e pomares, as vacas no curral, o passeio a cavalo, as prosas de
pescador. Muitas vezes, o termo caipira é usado com sentido pejorativo,
por puro preconceito dos modelos urbanos, como se ser caipira fosse ter
menos instrução ou ser inferior. Porém, a partir da literatura, pudemos
ver que, pelo contrário, o caipira é detentor de muita sabedoria e ainda
nos divertirmos muito com narrativas repletas de personagens do
imaginário coletivo que encantam gerações de todos os tempos, como o
malandro Pedro Malasartes.
Para potencializar nosso mergulho na cultura caipira, apreciamos
obras do pintor Almeida Júnior (1850-1899), um artista que viveu no
interior de São Paulo e que retratou muitas cenas do cotidiano da vida no
campo, imortalizando o caipira nas artes plásticas.
Depois de todo esse trajeto de leitura, já munidos das ferramentas
linguísticas necessárias, os alunos se dedicaram ao desafio de produzirem
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