Page 43 - Um garoto, uma banana e mais de cem malandragens - Contos populares - 6º ano 2021
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O cesto de bananas


            POR GUILHERME CARVALHO DE RESENDE



                No interior de Minas Gerais, havia uma velha fazenda, onde ficava
            uma  casa  muito  grande.  Nesta casa,  morava  uma  família:  a  avó, uma
            pessoa brava e esperta, o primo, um sujeito fácil de enganar, e o Pedro
            Ardil, um menino esperto e malandro.

                Naquele lugar, algumas comidas já haviam sumido, ninguém sabia
            quem  tinha  comido,  mas  a  avó  tinha  suas  suspeitas.  Um  dia,  a  avó
            comprou um cacho de bananas.
                - Óia aqui, quem cumê essas bananas, vai ficar cuidando dos porcos
            por um mês! Quem fizer isso só vai cumê os restos de comida! - disse a
            avó, logo quando guardou as bananas.

                -  Pode  deixar,  minha  véinha.  Ninguém  vai  tocar  nisso  aqui  -
            respondeu Pedro.
                Nos  primeiros  dias  das  bananas  em  casa,  estava  tudo  normal,  o
            cacho estava no mesmo lugar, intacto. Mas, depois de um tempo, foram
            sumindo,  uma  a  uma.  Pedro  toda  noite  ia  escondido  à  cozinha  e  se
            deliciava  com  as bananas. Numa  tarde,  a  avó percebeu  o sumiço  das
            frutas, e gritou:
                - Qual de ocês tá peganô as bananas? Quando eu descobrir, ocêis
            vão ver o que é bom pra tosse.

                Apesar  do  discurso  da  avó,  Pedro  continuou  comendo  bananas
            escondidas. Até que um dia, no meio da noite, o primo foi na cozinha
            para pegar um copo d'água e viu o comedor de bananas. Pedro implorou
            para que seu primo não contasse à avó, mas ele já estava convencido a
            dedurá-lo. Então, Pedro começou a enrolar seu primo:
                - Ocê sabe que esse cesto de bananas é do céu? Ele é mágico.
                O primo não acreditou no início, mas pensou: “Por que não?”. E
            disse:



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