Page 204 - Um garoto, uma banana e mais de cem malandragens - Contos populares - 6º ano 2021
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O roubo da banana


            POR TOMÁS DE CARVALHO DOSS



                Na roça, existia um moleque muito travesso, o nome dele era Juca
            Bananinha. Pelo nome, já percebemos que o menino amava banana. Ele
            era o menino mais malandro que havia em toda a região. Ele pregava
            peças em todos, e eram travessuras variadas, sem restrição de idade e
            gênero.  O  garoto  tinha  uma  característica  interessante:  ele  nunca  era
            flagrado e nem punido, de tão ligeiro que era.
                 Era um dia tranquilo, nada demais estava acontecendo, quando Juca
            ficou com "fome de banana". Seu Jorge tinha um bananal, que quando o
            garoto tinha esse desejo, era lá que ele roubava as bananas. Era um campo
            muito vasto, que raramente tinha alguém supervisionando essas terras,
            por isso ele se aproveitava desse lugar. Então lá foi Juca pro bananal do
            Seu Jorge, roubar as bananas.
                Existia um empecilho na jornada de Juca. Era a vizinha fofoqueira,
            que ficava de olho na região toda. Ela vivia implicando com Juca, porque
            ela tinha certeza que era ele quem pregava as pegadinhas, mesmo não
            conseguindo provar. Tinha um grande ranço do garoto.

                Juca Bananinha seguiu seu rumo, chegou no bananal do Seu Jorge,
            roubou as bananas e estava voltando para casa tranquilamente, até que,
            um tempo depois,  a vizinha apareceu:
                -  Ahaaa!!!!!  Eu  sabia!  É  ocê  que  vive  robano  as  bananas  aqui  e
            pregano peças em todos, né?! - disse a velha, muito brava e entusiasmada
            ao mesmo tempo, já que havia desmascarado Juca.

                - Shiiiiiiii, fica quieta, num conta pá ninguém não, tá ok? - disse Juca,
            tentando esconder o próprio ato.

                - Vem cá, muleque safado!! - e segurou no braço dele - Eu vô chamá
            tua mãe e teu pai, puquê ocê vai apanhá de vara! - esbravejou a vizinha.






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