Page 47 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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— Tá louco, será que a Morte veio atrás de mim? Vou esperar um
tempo, assim ela me perde de vista.
E assim ele fez, esperou 30 minutos e resolveu sair. Mas assim que
ele saiu da floresta, viu a Morte lá sentada no chão e resmungou:
— Uai, o que ela tá fazendo aqui, meu pai? Já sei, vou sair correndo.
Vai que ela não me vê.
Ele saiu correndo muito rápido, novamente. A Morte viu e foi
voando atrás dele. E de repente ele caiu, então ela não perdeu tempo e
falou:
— Giulio, tá correndo de alguém, hein?
E ele responde gaguejando, com medo:
— Ah, não, não. É que eu vou indo, tá bom? Tô atrasadíssimo!
— Você não vai precisar se atrasar, não. Chegou a sua hora, daqui
você não sai!
— Ai, meu Deus! Sou muito jovem, mas tá bom, né, se esse é meu
destino, vai lá, me leve. Ah, peraí! Preciso me desculpar com minha
vizinha! Por favor, me deixe ir lá! Preciso subir com a cabeça limpa.
Prometo que depois disso você me leva, tá bom?
A Morte acabou ficando com dó dele e concordou. Giulio ficou
muito feliz e pediu para que ela lhe mostrasse o caminho da casa da
vizinha.
Assim que eles chegaram, Giulio saiu correndo e deu um berro
falando que não disse quando ele iria se desculpar. A Morte, muito brava,
se revoltou, mas não tinha nada para fazer e foi embora.
Passaram anos e anos, e Giulio já não se lembrava mais da promessa.
E certo dia, a vizinha se sentiu mal com suas brigas com seu vizinho e foi
falar com Giulio. Ela chegou lá com um lindo bolo e pediu desculpas.
Giulio percebeu como ela era gentil e se desculpou. E imediatamente ele
ficou branco, pois se lembrou da promessa. E infelizmente, bateu as
botas.
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