Page 187 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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Certo dia, João da enganação estava tranquilo em sua casa quando,
de repente, escutou alguém batendo na porta. Era um sujeito com cara
de mendigo, que pediu a ele uma marmita. João da enganação, com muita
bondade, disse:
— Clar qui eu vô te dá, sô, pode entrá.
O sujeito, muito agradecido, entrou na casa do João. Enquanto
comiam, o rapaz, que já estava fazendo amizade com João, perguntou:
— Si ocê pudesse escolhê dois desejo, quais ocê escolheria?
João da enganação, muito indeciso, respondeu:
— Eu acho qui eu ia querê um escudo que me protegesse de tudin,
até da Morte - João pensou mais um pouco. — Eu também ia querê qui
meu gramado ganhasse uma proteção, e cada um que estragasse ele fosse
punido.
O sujeito achou interessante, e já satisfeito, foi embora.
Passou-se muito tempo, e, certo dia, João se assustou ao ver um
vulto no seu quintal. Foi lá conferir e viu que era a Morte. Ele ficou muito
assustado, mas a Morte parecia triste, pois não conseguia levá-lo embora.
Então, João da enganação lembrou do amigo que tinha feito e começou
a debochar da Morte. Então, ele acabou contando sem querer a história
do sujeito. A Morte, ouvindo isso, ficou muito triste e foi lamentar em
um banco ao lado do gramado. Quando João foi zoá-la mais ainda no
banco, ela, num ato muito rápido, empurrou ele no gramado, que como
castigo perdeu a proteção, deixando-o vulnerável. E então, a Morte
levou-o embora e ele bateu as botas.
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