Page 111 - "Enganando a Morte - Contos de quem tentou fugir do destino", do 6º ano (2024)
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Até que um dia, João estava cansado de viver sozinho, sem ninguém
e longe de suas invenções. Ele foi até o centro urbano comprar bobeiras
para pregar uma peça em alguém. Então foi aí que ele pensou:
— Mar oxente, porque eu não apronto uma e me torno o mais
malandro da cidade?
Chegando no centro, o malandro estava abismado com o tanto de
besteiras, e estava muito feliz. Quando chegou na loja, deu de cara com
uma sombra de capuz preto e a roupa preta, e ficou pensativo, até que…
— A Morte!
O malandro ficou assustado e com medo.
A Morte já estava pronta para o levar, mas João saiu correndo:
— Espere aí seu malandro, vamos conversar, não vou lhe fazer mal
algum! - disse a Morte.
— Não vou conversar, não! Já sei o que ocê quer fazer! E assim, o
rei das malandragens gritou enquanto corria.
Mas a Morte com certeza não iria deixar barato.
Passaram-se alguns dias e João das malandragens tinha desistido de
pregar suas peças, com medo da Morte:
— O que será que eu vou fazer agora? A Morte deve estar atrás de
mim, e o que eu vou falar para ela? Que eu quero ficar mais um pouco?
O homem sabia que teria de fazer alguma malandragem para enganar
a Morte e se livrar para conceber o seu desejo. Mas mal sabia ele que a
Morte estava o vigiando o tempo inteiro:
— Finalmente, eu conseguirei pegar esse malandro depois de correr
de mim. Estou o vigiando o tempo todo e saberei o que ele irá fazer.
Então, João demorou e foi fazendo aos pouquinhos a sua grande
invenção:
— A parede de cobras! - gritou ele.
A Morte não estava entendendo o que era isso e ficou na dúvida.
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