Page 29 - Um garoto, uma banana e mais de cem malandragens - Contos populares - 6º ano 2021
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O pomar do rabugento


            POR BRENO JUTTEL CORDEIRO



                Era  uma  vez  dois  jovens  que  brincavam  muito.  Eles  eram  o
            verdadeiro  terror  da  vila,  mas  melhores  amigos,  um  não  vivia  sem  o
            outro. Um dia, um homem de um mercadinho falou de um tal homem
            rabugento. Os dois se interessaram e queriam ouvir mais. Eles escutaram
            que ele vivia no “Olho da  noite”, do lado do morcego, que era uma
            pequena montanha que tinha dois lados: o lado belo, que já pelo nome
            diz que é um lugar muito bonito, e o outro era o lado do morcego, que
            era sombrio, parecia que lá não tinha dia.  Dizem que naquele local a lua
            fica vinte e quatro horas por dia.
                Os  dois  meninos  loucos  fizeram  uma  aposta  com  o  homem  do
            mercadinho, que era a seguinte: eles iriam convencer ao homem dar todas
            as  frutas  do  seu  pomar.  Se  eles  vencessem,  eles  teriam  comidas  do
            mercadinho por um ano, porém, se perdessem, eles não poderiam ir mais
            no mercadinho. O homem, pensando que era impossível, aceitou.
                Os meninos pegaram algumas bananas diferenciadas na casa de sua
            avó, para a grande caminhada até o Olho da noite.

                Quando chegaram, viram quais frutas tinha no pomar e quais não
            tinha  e  esconderam  as  bananas  da  sua  vila.  Um  dos  meninos  sumiu,
            vendo o que tinha atrás do seu amigo. O que ficou, percebeu uma sombra
            gigante, com um chapéu de palha, a pele enrugada e seu grande nariz. O
            homem o pegou e o levou para dentro de casa:
                - Ocê num vai sair daqui até meus frutos crescerem de novo.

                O menino que estava fugindo olhou para uma mulher e a seguiu até
            a casa do velho. Ali pegou as bananas e falou à moça, antes dela entrar:

                - Moça, ocê vai para a casa do moço de novo?
                - Vou sim -  ela respondeu.





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