Page 228 - Um garoto, uma banana e mais de cem malandragens - Contos populares - 6º ano 2021
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Armando, que já estava completamente cansado de ter que puxar
aquele carrinho, foi correndo com suas últimas forças até a loja, na
esperança de poder comprar um burrico. Assim que chegou lá, já foi
colocando a mão no bolso para pegar o dinheiro, porém este havia caído
no chão, lá no início da história, portanto, sem nenhum tostão, decidiu
enganar o dono daquela loja.
O garoto chegou-se até a bancada e disse:
- Ocê parece um hómi di aposta, ocê gostaria di fazê uma aposta
comigo, sô?
- Óbvi qui não, mininu, eu aposto pra vale, intendeu? Eu num sô um
apostadô baixo tendeu? - suplicou o vendedor - Mermo assim adoro uma
aposta, bora apostá, então!
Armando foi logo respondendo:
- Óia, eu aposto qui ocê num consegue dá água pra esses burrico
tudo di uma só veiz!
- Faci, faci. Eu faço isso rapidin, mai se eu ganha, ocê vai trabaiá pra
mim por dois anu, aceita?
- Aceito, e se ocê perde, eu fico cum tudo os dinhero do caixa.
- Ta bão, tô di acordo.
Dito e feito, o homem preparou todos os baldes com água, já
pensando que aquela aposta estava no papo. Porém, enquanto isso, a avó
de Armando viu um rapaz, que parecia ser generoso, boa pinta e muito
malandro entrando na loja. Ele, vendo aquela senhora sem poder andar,
resolveu ajudar, deixando um dinheiro na bancada e levando dois
burricos.
Acabou que, enquanto o homem preparava a água, o garoto pegou
todo o dinheiro do caixa e um homem bondoso comprou dois burricos
para a senhora e seu neto.
O menino acabou ficando com o dinheiro e com o burrico.
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